No terceiro dia de palestras, os alunos de comunicação puderam presenciar um exemplo raro de jornalismo cívico. A jornalista Goretti Senna, editora e redatora do Jornal Belvedere, compartilhou suas experiências a frente de um jornal de bairro, nicho do mercado de comunicação pouco explorado e valorizado. Com experiência de 17 anos no jornal Diário do Comércio, hoje Goretti dedica parte da experiência adquirida no períodico econômico ao bairro Belvedere. O curioso é que, conseguir anunciantes e recursos para rodar o jornal não foi tão complicado quanto conseguir o reconhecimento dos leitores. "Sempre que chamavam meu jornal de jornalzinho, era como se apertassem meu nervo central"disse.
O ponto alto de sua palestra foram as realizações alcançadas com matérias publicadas no veículo, como a criação de uma estação ecológica e a denuncia de venda de terrenos com preço abaixo do valor do mercado imobiliário - essa última rendendo uma investigação coordenada pelo Ministério Público. Essas ações garantiram ao "jornalzinho" a posição, em meio a imprensa mineira, como um veículo de forte poder político. Como parceiros, além dos anunciantes pequenos e grandes (Odebrecht Infraestrutura sendo um deles), o jornal conta com o apoio de deputados que ajudam a mantê-lo em circulação, mas não significa que o jornal tenha algum tipo de compromisso, ja que boa parte de sua estrutura editorial consiste em denuncias e embates com plíticos.
Com sete anos de existência, o veículo hoje é quinzenal e distribuido nos arredores do bairro belvedere, São Bento e em algumas pousadas de cidades do interior. Com o aumento de sua circulação o conteúdo do periódico teve de ser adaptado também para aqueles que não residem no bairro. Com isso, o nome Jornal do Belvedere teve de mudar para Jornal Belvedere perdendo a preposição "do" e ganhando um alcance maior de leitores do trabalho de jornalismo cívico produzido por Goretti.
Regis Augusto
2 comentários:
Muito boa palestra!
Regis,
Parabéns....
vc escreve muito bem!
:)
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